A obesidade infantil te preocupa? Esse tema precisa de um olhar mais atento por parte de toda a sociedade. O nutricionista não deve ser o único a se preocupar com o crescimento desse problema entre as crianças.
Ainda é comum o argumento de que “bebê gordinho é sinônimo de saudável”. Ou, então, acreditar que conforme a criança cresce a gordura é melhor distribuída, após o famoso “estirão”.
Além de não ser necessariamente uma verdade, a obesidade infantil deixa marcas para toda a vida da criança. Mesmo depois que emagrece, os prejuízos para o metabolismo prevalecem caso não seja bem tratado.
É por isso que a obesidade infantil também deve ser assunto na família e na escola, afinal, a saúde influencia diretamente no desenvolvimento da criança.
A obesidade infantil como um problema de saúde pública
As crianças que passam por um quadro de obesidade nos primeiros anos de vida contam com maiores chances de enfrentarem problemas de saúde em sua vida adulta.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2019, no Brasil, 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos são obesas.
Os fatores que contribuem para esse alto índice tem relação com o estilo de vida dos pais e as mudanças na alimentação de algumas décadas até hoje.
Deixamos de colher os nossos próprios alimentos, que passaram a ser processados e ultraprocessados antes de chegar à prateleira do supermercado, de onde vão direto às nossas casas.
Assim, a obesidade infantil encontra raízes logo na alimentação dos pais. Mesmo antes da concepção, fatores como alimentação desequilibrada, alcoolismo e sedentarismo podem influenciar no futuro da sua saúde.
Existem casos, por exemplo, em que durante a gestação o bebê não teve todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Assim, o organismo torna-se um poupador de energia devido a essa condição do período mais crítico do seu desenvolvimento, o que pode levar a um quadro de obesidade.
Esse fato pode surpreender os pais, afinal, a criança pode não fazer o tipo “comilona” ou sequer ter contato com muitas guloseimas. No entanto, tudo o que acontece antes da concepção e durante a gestação influencia na saúde. É o que chamamos de fatores epigenéticos.
Qual o problema se a criança gordinha depois emagrece?
Quando a criança é pequena e acima do peso, é comum a referência de “está fofinha”.
Porém, é importante que essa criança seja fofinha sem apresentar sobrepeso ou obesidade. Se ela passa dos 6 anos até os 11 anos – quando entra na adolescência e dá o famoso “estirão”, durante esse período ocorreu todo um processo de inflamação no organismo que deixa marcas para a vida toda. É por isso que uma criança com sobrepeso tem maiores chances de desenvolver doenças como hipertensão, diabetes, colesterol alto e outras doenças crônicas.
Além dos problemas a longo prazo, a obesidade infantil influencia no crescimento da criança. A cascata hormonal e celular desencadeada pelo excesso de adiposidade pode atrasar o crescimento e até fazer a entrada precoce na puberdade.
É por isso que profissionais de saúde em geral precisam prestar atenção em situações de sobrepeso infantil. O tratamento multidisciplinar é o melhor caminho para que essa criança possa ter sua saúde restabelecida.
Espero ter esclarecido por que a obesidade infantil é um problema muito mais sério do que parece. Para saber mais, assista ao meu vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.