You are currently viewing Alergia à proteína do leite de vaca – APLV: quais as suas características?

Quando o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca – APLV é confirmado para uma criança, traz algumas preocupações para os pais.

Muitas dúvidas rondam esse tema. Afinal, de onde vem essa alergia? É a mesma situação da intolerância à lactose? Como cuidar da criança nesse caso?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP, os sintomas mais recorrentes da APLV se manifestam principalmente durante o primeiro ano de vida.

Conforme estudo da Revista Médica de Minas Gerais, esse tipo de alergia abrange até 5% da população pediátrica e com fortes indícios que os diagnósticos venham aumentando ao longo dos anos.

Portanto, embora esse diagnóstico seja bastante complexo, é importante que profissionais de saúde e família fiquem atentos aos sinais da APLV.

Diferença entre APLV e intolerância a lactose

Antes de nos aprofundarmos na APLV, vou esclarecer a diferença em relação a intolerância à lactose. A alergia à proteína do leite de vaca é caracterizada pela reação imunológica do organismo ao consumo de qualquer porção dessa proteína. 

Quando absorvida, o sistema imune considera como um corpo estranho e produz anticorpos para combatê-la. Assim, dá início ao processo alérgico.

Enquanto isso, a intolerância à lactose está relacionada à incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar do leite. Isso ocorre devido à baixa produção de lactase, enzima responsável por quebrar e decompor a lactose presente no leite.

Portanto, são condições completamente diferentes. A alergia é uma condição imunológica às proteínas do leite.Enquanto isso,  a intolerância a lactose é um sintoma relacionado fisiologicamente à lactose, que é o açúcar do leite.

É por isso que a criança com APLV não pode consumir leite e seus derivados em nenhuma hipótese. Como o problema está com a proteína do leite, de nada adianta consumir produtos que eliminem a lactose.

O que causa a APLV?

A maior parte dos casos de APLV são diagnosticados antes dos 2 anos de idade. Isso porque, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, fica mais comum que o organismo desenvolva essa reação alérgica.

Quanto mais cedo a exposição à proteína do leite, maiores as chances da alergia.

Crianças alimentadas com fórmula infantil contam com maior chance de desenvolver essa alergia, afinal, seu sistema imunológico está se formando e o contato com a proteína pode atacar as células de defesa do organismo.

Crianças amamentadas exclusivamente com o leito materno, porém, não estão livres de sofrer com essa alergia. Isso porque a proteína consumida pela mãe passa para o leite.

Também podem desenvolver quando tem contato com a proteína do leite na sua introdução alimentar, independente da amamentação, após os 6 meses de idade.

Sinais da APLV

Os pais podem suspeitar da alergia à proteína do leite de vaca quando os sintomas abaixo aparecerem, principalmente se forem combinados:

  • Dificuldade para engolir os alimentos;
  • Recusa alimentar;
  • Saciedade com pouca quantidade de comida;
  • Vômitos;
  • Diarreia, com ou sem a presença de sangue e muco;
  • Cólicas;
  • Assaduras na região anal;
  • Chiado no peito;
  • Coriza;
  • Respiração difícil e tosse;
  • Coceira na pele;
  • Ressecamento da pele, com presença ou não de feridas;
  • Inchaço de lábios e/ou pálpebras;
  • Baixo ganho de peso.

Esses sintomas podem estar associados a outras causas, mas são indícios da APLV.

O pediatra é o profissional responsável pelo diagnóstico e por recomendar o tratamento multidisciplinar.

Esse médico vai perguntar sobre o histórico clínico da criança e pedir exames laboratoriais para avaliar a possibilidade da APLV. É muito importante seguir à risca todas as recomendações desse profissional.

Principalmente porque o diagnóstico costuma ser complexo e bem específico para cada caso, afinal, não existe uma combinação de exames ou teste único que confirme com exatidão essa condição.

E como fica a introdução alimentar?

Quando o bebê diagnosticado com APLV inicia a introdução da alimentação complementar, é muito importante ser acompanhada pela equipe que já conhece o seu histórico clínico.

Quando a alergia está controlada e foi supervisionada desde o início dos sintomas, é possível que a introdução dos primeiros alimentos seja realizada da mesma forma como qualquer outra criança: oferecendo uma porção de fruta por dia, e incluindo outros alimentos de forma gradual.

No entanto, quem pode dar essa recomendação é a equipe que acompanha essa criança. Cada caso é bem particular e pode se desenvolver de maneira diferente.

Espero ter esclarecido esse assunto tão complexo que é a alergia à proteína do leite de vaca. 

Até a próxima!