O papel da família na introdução alimentar é muito mais importante do que costumamos ouvir.
Muitos dão tanta atenção para o método da introdução, o tempo correto de iniciar e qual o primeiro alimento que deixam de lado um aspecto tão importante quanto todos os outros: o exemplo das pessoas com quem essa criança convive.
Estou acostumada a receber nas consultas crianças já crescidas com alguns distúrbios ocasionados ou potencializados pela má nutrição, como obesidade, diabetes, entre outros.
Quando os pais relatam as dificuldades em fazer essas crianças aceitarem alimentos mais nutritivos, eu devolvo a questão com uma reflexão: como é a alimentação da família?
Muitas vezes, antes de corrigir a alimentação da criança, precisamos engajar papais, mamães e irmãos a se habituarem com alimentos mais saudáveis.
O ideal é jamais esperar que uma condição adversa se instale na criança para melhorar a alimentação. Devemos lembrar que as crianças aprendem observando os adultos e isso começa desde o primeiro contato com os alimentos, ainda na introdução da alimentação complementar.
A criança absorve tudo
Muitos casais procuram orientações sobre a introdução alimentar com objetivo de ensinar uma alimentação equilibrada desde os primeiros meses. No entanto, também reconhecem que eles próprios não seguem uma alimentação balanceada.
Então, como ensinar esse bebê algo que sequer eles seguem?
Esse assunto precisa ser conversado pelo casal desde a gestação, ou antes, a fim de entrarem em um acordo. Se puderem passar por uma reeducação alimentar durante o período gestacional, melhor ainda. Uma gestante com alimentação equilibrada transmite saúde ao bebê, além de auxiliar a formar esse paladar voltado para alimentos saudáveis.
Caso contrário, o mais provável é que essa criança tenha uma alimentação equilibrada apenas na introdução alimentar. Quando o objetivo é moldar esse hábito para ser seguido por toda a vida.
Devemos lembrar que, após um ano de idade, a criança deve estar preparada para consumir a comida da família.
De forma alguma isso significa que está pronta para comer alimentos industrializados e ultraprocessados, mas sim aquilo que está na rotina alimentar de seus pais.
Assim, muitas vezes, oriento que a família reveja a própria alimentação se tem o objetivo de ensinar bons hábitos aos seus filhos. Crianças aprendem pelo exemplo e isso vale para tudo, inclusive na hora de fazer o prato.
E como conversar com outras pessoas da família?
Outro desafio que muitos pais enfrentam é convencer os seus próprios familiares a não oferecer alimentos açucarados aos seus filhos. Ainda que pai e mãe concordem em preservar o paladar da criança, existem tios e avós que consideram essa atitude um exagero.
É muito importante explicar o quanto as taxas de obesidade e outras doenças estão relacionadas ao excesso de açúcar e industrializados na rotina alimentar das crianças. Diversos estudos comprovam essa triste realidade. O açúcar não conta com nenhum nutriente importante para a saúde e o desenvolvimento da criança. Com certeza, existem outras maneiras de agradá-la e fazê-la feliz, inclusive com alimentos saudáveis e deliciosos.
Já ensinei neste artigo a fazer uma festa de aniversário saudável. O açúcar, em algum momento, vai aparecer na vida dessa criança e reconheço que os pais não podem impedir.
Mas, quanto mais esse contato for adiado, melhor para a saúde da criança.
Portanto, vale a pena conversar com os familiares durante esse período para ter a decisão da introdução alimentar saudável respeitada.Em meu Curso Bebê Vitaminado, ensino tudo que papais e mamães precisam saber para apresentar os alimentos ao bebê de maneira que ele crie hábitos saudáveis por toda a vida. Conheça agora: Curso Bebê Vitaminado.
Espero que com este artigo você entenda mais sobre o papel da família na introdução alimentar. Muito mais do que oferecer os alimentos saudáveis, é preciso investir no exemplo.