A relação entre amamentação e obesidade infantil está sendo amplamente investigada por estudos científicos.
Sabemos que é fundamental seguir a orientação da Organização Mundial da Saúde – OMS de recomendar o leite materno como alimento exclusivo durante 6 meses de idade e, depois, seguir amamentando até pelo menos os 2 anos de idade.
No entanto, também já sabemos que pelos motivos mais diversos as crianças são cada vez menos alimentadas no peito. Esse período de amamentação é cada vez mais curto e, em muitos casos, sequer cumpre os 6 meses de vida.
Esse fato merece a atenção de todo profissional que atua na área da saúde materno-infantil. Quando falamos em transformar a saúde das próximas gerações, cada orientação dada a uma gestante ou mamãe hoje é uma semente plantada no futuro.
A relação entre amamentação e peso saudável
Um estudo realizado na Espanha, em 314 adolescentes, que participam do programa Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence.
Esses adolescentes foram bebês que nasceram com baixo peso, ou seja, metabolicamente contam com risco aumentado para obesidade.
Os participantes foram divididos em dois grupos: aqueles que foram amamentados por pelo menos 3 meses e aqueles que não foram amamentados.
De acordo com as análises, os adolescentes que não receberam leite materno tiveram uma massa adiposa abdominal aumentada se comparado ao grupo que foi amamentado.
A conclusão desse estudo foi de que o aleitamento materno pode, sim, minimizar os impactos da programação metabólica com tendência a obesidade.
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A obesidade infantil epigenética
Esse é um dos maiores problemas de saúde pública que enfrentamos em nossos dias.
Sempre que existe alguma agressão intra uterina por qualquer motivo que seja, esse bebê nasce programado metabolicamente de forma deficiente.
Seu organismo aprende desde muito cedo a poupar nutrientes e, dessa forma, o seu desenvolvimento é prejudicado. Essa programação leva a tendência de diversos problemas de saúde no futuro.
A obesidade epigenética leva a uma resistência insulínica que pode ser porta de entrada para muitas outras doenças como:
- Esteatose hepática;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Síndrome metabólica
Os casos de crianças com essas doenças, antes consideradas doenças de pessoas idosas, tem crescido muito nos consultórios, de maneira que não acontecia há algumas décadas.
Por isso, cabe também ao profissional de nutrição materno-infantil e áreas afins da saúde que encorajem a amamentação. Vestir a camisa do aleitamento materno é um dos passos mais importantes no rumo de levar mais saúde a essa geração.
Espero com este artigo ter esclarecido sobre a relação entre amamentação e obesidade infantil. Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.