A decisão de aumentar a família vem acompanhada de diversas mudanças na vida do casal.
Os cuidados para que o quarto tenha o melhor conforto, no futuro a melhor escola e também as melhores oportunidades.
Tão importante quanto todas essas variáveis é o preparo do corpo e da saúde para gerar o bebê e garantir que ele tenha uma fisiologia saudável a ponto de permitir que ele usufrua de toda a felicidade que seus pais querem transmitir.
É mais comum que o preparo do corpo venha da mulher, e mais: entre aquelas que contam com alguma dificuldade para engravidar. Recebo em meu consultório dúvidas como:
“Quero engravidar, mas não consigo porque sofro com infertilidade”
Ou mesmo:
“Quero engravidar, mas tenho alguma doença. Isso pode fazer mal para o meu bebê?”.
As influências do organismo materno e paterno se estendem por longos anos e até as próximas gerações.
É por isso que, tanto pai quanto mãe, independente se estão com alguma doença ou não, precisam preparar os corpos para engravidar.
Continue até o final para saber mais.
O microcosmo que envolve a primeira célula
Um artigo publicado na Revista Science revela que o ambiente em que o óvulo é fecundado e gera a primeira célula humana pode determinar os desdobramentos da saúde ou da doença que o bebê pode ter.
Esse microcosmo envolve o histórico epigenético do pai e da mãe. Todas as memórias celulares são repassadas a essa primeira célula.
Dessa célula, todo o emaranhado celular que vai começar a formar esse novo ser humano define o quão hostil ou amigável é o ambiente em que vai ocorrer esse desenvolvimento.
Sabemos que os hábitos de vida dos pais e também fatores ambientais refletem diretamente nessa formação. Como pouco é abordado sobre o assunto, vemos os resultados traduzidos em estatísticas de aumento de casos de autismo, obesidade, síndrome metabólica, hipertensão e outras doenças que não eram tão comuns em crianças.
Muito antes de sonhar com a gestação
Gosto de dizer que os hábitos saudáveis deveriam fazer parte da vida das pessoas independente da sua fase. Afinal, a decisão de ter filhos pode surgir a qualquer momento.
Quando o casal decide “quero engravidar em breve”, o ideal é que já tenham um histórico de alimentação saudável, estilo de vida ajustado sem sedentarismo e com a gestão do estresse.
É interessante, inclusive, que outros profissionais que cuidam dos pacientes tenham em mente que mesmo quando o objetivo do acompanhamento físico ou nutricional seja gerar uma nova vida, em algum momento essa pessoa pode ter filhos.
Um obstetra que acompanha uma adolescente. Um nutricionista esportivo que acompanha um homem que treina para ganhar massa muscular. Todos esses casos já podem prever a programação metabólica e contribuir para que as próximas gerações sejam mais saudáveis a partir desse cuidado.
Assim, nunca é cedo demais para esse preparo. Sempre é hora.
Quando o casal toma a decisão e deseja se cuidar melhor para gerar uma família saudável, é interessante que façam esses ajustes com 1 ano de antecedência.
Esse período seria o ideal, principalmente, do ponto de vista de suplementação.
Durante esse período, o casal deve realizar exames para medir os nutrientes e a cascata hormonal, além dos exames mais tradicionais como glicemia, hemograma, fator ABO Rh, entre outros.
Todos visam rastrear possíveis desordens para que um plano de estilo de vida mais saudável seja traçado, bem como entender as maiores carências nutricionais devem ser supridas com a reeducação alimentar e suplementação.
Hoje, já fala-se bastante sobre os primeiros 1000 dias de vida do bebê, da fecundação aos 2 anos de idade. Mas, é importante pensar nos primeiros 1100 dias, contando junto os 100 dias anteriores à fecundação.
Logo nesse período, 3 meses antes da fecundação, é muito importante que o casal já esteja com a sua saúde em dia.
Como o preparo impacta a saúde gestacional?
Quando a gestante e o seu parceiro fizeram o preparo para engravidar, a própria espera torna-se mais tranquila. Com os nutrientes em dia desde o início, as chances de apresentar alguma alteração anormal ao longo da gestação diminui muito.
O primeiro trimestre gestacional
A gestação é uma fase de ajustes. No primeiro trimestre, o organismo da mulher muda pouco. É importante que o profissional fique atento, principalmente, aos níveis de glicemia, para não prejudicar o decorrer dos próximos meses.
Devido à ansiedade com a novidade da gravidez, os enjoos e outros fatores emocionais e de mudanças hormonais, muitas acabam consumindo alimentos em quantidade maior que o necessário. Portanto, é preciso orientar para que a dieta seja balanceada mesmo nas primeiras semanas.
O segundo trimestre gestacional
Afinal, logo no segundo trimestre, o organismo exige um maior aporte de nutrientes e a suplementação pode ser intensificada. Nessa fase, a mulher começa a ganhar um pouco mais de peso e, de maneira individualizada, pode necessitar de mais calorias por dia.
Todo o preparo suplementar e alimentar deve encaminhá-la à reta final, no último trimestre, quando novos exames devem ser realizados para avaliar a sua saúde algumas semanas ante do parto.
O terceiro trimestre gestacional
Os ajustes realizados no terceiro trimestre visam, principalmente, preparar a mulher em relação à fase de pós-parto e a amamentação. Muitas até imaginam que o principal é o parto, quando trata-se apenas de uma etapa e é preciso um preparo completo para o que está por vir: os cuidados com o bebê.
A gestante começa a ser preparado com mais intensidade para a amamentação e, por consequência, a criar e repassar hábitos saudáveis que vão moldar toda a vida do bebê.
Lembrando que os cuidados pré-gestacionais ecoam por toda a vida, portanto, devem ser seguidos ao longo da gestação e por toda a vida dessa criança e também dos pais. Afinal, o exemplo é muito importante.
Espero ter esclarecido algumas dúvidas sobre o preparo para engravidar.
Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do Youtube.