A depressão infantil passou um longo tempo sem ser considerada como um transtorno próprio da infância. A partir da década de 1970 iniciaram-se estudos e pesquisas que comprovaram a presença da depressão na infância e na adolescência.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2020 a depressão será a segunda moléstia que mais roubará tempo de vida útil da população. Depressão é uma doença grave. Se não tratada adequadamente, o cotidiano, as relações e a qualidade de vida são comprometidos.
Nos adultos é mais fácil o diagnóstico. As queixas e atitudes revelam quando algo errado está acontecendo. Com os pequenos, é diferente. As crianças aceitam a depressão como um fato natural, como se fosse parte do seu jeito de ser.
Embora exista sofrimento, não sabem que os sintomas sejam resultado de uma doença que pode ser aliviada. Retraem-se, ficam em silêncio, e os pais, de maneira geral, demoram para descobrir que o filho precisa de ajuda.
Quais são os sinais que devemos observar?
As crianças têm dificuldade para expressar que estão deprimidas. Primeiro, porque não sabem como nomear as emoções. Como dependem dos adultos para significar o que sentem, tendem a somatizar seus sofrimentos e queixam-se apenas dos problemas físicos – visto que é mais fácil explicar males concretos do que de caráter emocional.
Contudo, alguns aspectos podem ajudar a revelar que a depressão está instalada.
Por natureza as crianças estão sempre ativas, explorando ambientes, descobrindo coisas novas. Quando há insegurança, há retração e os desejos de explorar desaparecem. Por esse motivo é preciso estar atento aos sinais mais sutis de mudança no comportamento da criança.
O que se tem percebido é que a depressão na infância possui uma característica de associação de sintomas, que vão além de permanecer quieta por muito tempo ou com medo de separar-se das pessoas que lhe servem de referência, como os pais ou cuidadores.
A qualidade do sono é um ponto a ser observado e até mesmo o medo de comer e a escolha dos alimentos, que passa a ser mais seletiva.
Portanto, quando algumas ansiedades persistem e a criança reclama de dores de cabeça ou barriga, nunca demonstrando estar bem, pode ser que ela esteja dando sinais de depressão.
Fatores de risco
Assim como nos adultos, as crianças também podem passar por situações que aumentam o risco de quadros depressivos.
Separação dos pais, perdas, dificuldades de adaptação a situações novas como mudanças de escolha ou domicílio são alguns fatores que desgastam a criança e a conduzem para um quadro depressivo.
Em muitos casos há fatores hereditários e genéticos, mais significativos que nos adultos, que são responsáveis por desencadear quadros de depressão nas crianças. Filhos de pais depressivos ou com parentes próximos também correm maior risco de apresentar quadros de depressão.
A importância de diagnosticar e iniciar o tratamento precocemente
É especialmente relevante ter em mente que quando a depressão inicia na infância, ela é mais grave, no sentido em que interfere diretamente no desenvolvimento da criança. Quando a criança está com depressão, por exemplo, toda a aprendizagem é comprometida.
Outro ponto que pode comprometer o desenvolvimento da criança é quando ela observa outras crianças vivendo alegremente suas rotinas. Isso pode fazer com que a criança conforme-se com o referencial de tristeza para ela e alegria para os outros.
Mais tarde, quando adolescente, pode procurar artifícios para aliviar o desconforto permanente, na premissa de que “não é possível que só os outros consigam ser felizes”.
Crescer é doloroso
Só crescemos quando o incômodo é maior que o medo da mudança. Qualquer criança tem um medo inicial de realizar algo, porém quando reflete sobre os benefícios e tem curiosidade sobre a realização, o medo some.
A criança deprimida não consegue superar os desafios pois não se coloca em situações de encarar barreiras, por conta do medo. Sem sentir-se forte e potente para superar barreiras, a criança cresce sem autoestima e sentindo-se eternamente incapaz, por não enfrentar desafios.
Quando os processos de crise são longos e não há momentos de êxtase por realização de alguma conquista, os pais precisam ficar atentos para observar a possibilidade da criança estar com depressão.
Preciso medicar meu filho?
Não é sempre necessário o uso de remédios no tratamento. Na infância, é mais fácil controlar os casos leves e reconhecidos precocemente com psicoterapia e orientação dos pais.
Contudo, como a depressão possui um componente genético forte, às vezes a necessidade de medicamento se faz compulsória. Felizmente a criança responde depressa aos tratamentos e medicamentos. Isso significa que os medicamentos podem ser retirados do tratamento cedo.
Ninguém deve usar antidepressivos sem uma rigorosa orientação médica. O período de medicação é um momento sensível e deve ser acompanhado de perto.
A saúde mental das crianças é muito importante. Se a infância for saudável, as chances da criança se tornar uma adolescente com confiança e autoestima são maiores.
Estimule seu filho a conversar sobre si mesmo, seus sentimentos e angústias. Serão nesses momentos que você vai observar se o crescimento está saudável ou se é preciso buscar algum apoio médico.
Quando antes o diagnóstico, mais leve será sua superação.
Alimentação pode interferir na depressão?
Para surpresa de muitos pais e mães: pode sim!
Quando pensamos em questões comportamentais, é comum apenas buscarmos fontes de causas externas: a relação da criança com sua família, seus amigos e colegas, como é sua rotina, sua vida escolar, os possíveis traumas que possa ter sofrido…
Só que, muitas vezes, esquecemos de olhar para um lugar muito importante: para dentro! Para a biologia dessa criança.
Se nós pensamos, sentimos alegria ou tristeza, é graças a uma série de reações químicas complexas que ocorrem em nosso organismo, principalmente no cérebro, e que dependem da presença de certas estruturas conhecidas como neurotransmissores.
Sabemos que a produção de Serotonina (o neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar e prazer) é realizada em grande parte no… intestino! Sim! Você leu direito.
É por seu grande potencial de produção de neurotransmissores que o intestino é considerado o “segundo cérebro”. Vale pesquisar mais sobre o assunto!
Quando a criança não segue uma alimentação que favorece o bom funcionamento desse importante órgão, adivinha o que acontece com a produção de serotonina? Despenca!
E sabe quem possui, sabidamente, níveis baixos de serotonina em seu organismo? Indivíduos diagnosticados com depressão. Será que é coincidência?
Não! Qualquer desequilíbrio gerado no organismo que atrapalhe a síntese de neurotransmissores pode abrir as portas para alterações de humor, ansiedade, distúrbios do sono…
A infância é uma fase de aprendizado. A alimentação precisa fornecer toda a energia e nutrientes necessários para a criança se desenvolver bem, com disposição para brincar, absorver informações e manter todos os seus processos biológicos em pleno funcionamento.
Por exemplo: sabia que o que você coloca no lanche do seu filho pode impactar seu rendimento nas aulas? Afinal, são quase 200 refeições em um ano, já parou para colocar na ponta do lápis?
Como mãe, eu sei bem que as dúvidas se multiplicam. Cada um fala uma coisa e a gente fica mesmo sem saber o que pode e o que não pode.
Foi pensando nisso que decidi criar um curso que vai te ensinar a preparar a lancheira escolar do seu filho, do início ao fim, com receitas práticas, rápidas e muito saborosas.
É a sua certeza de que ele estará bem alimentado e com todos os nutrientes que precisa para crescer com saúde, bem longe de doenças.
Quer conhecer? Acesse o link abaixo que eu te espero por lá!
Até a próxima!