A realidade da amamentação nem sempre é tão simples quanto percebemos antes do nascimento dos nossos filhos. A amamentação é a alimentação natural para o bebê. Porém, isso não significa que o processo seja totalmente simples. Os desafios existem e não são poucos, e é sobre eles que vamos conversar hoje.
A maior parte dos desafios, infelizmente, são originadas por opiniões alheias ou pelo senso comum. Gerar e alimentar uma nova vida, por si só, já é uma fonte abundante de inseguranças. Imagine como são os casos em que o bebê precisa passar por uma UTI neonatal? Ou quando tudo que você leu parece que não foi escrito para o seu caso?
Se você está perdida em meio aos desafios, sinta-se abraçada. Entenda por que você não deve se sentir menos mãe devido às dificuldades. E ainda: saiba que muitas mulheres passam pelo mesmo, porém, devido aos julgamentos que sabem que vão ouvir, não falam sobre o lado mais difícil da amamentação.
Cada experiência é única
A realidade da amamentação é única para cada mãe e também para cada filho. Existem, sim, recomendações gerais para as mães seguirem, sempre pautadas pela prática e opinião de especialistas. No entanto, não significa que sirvam para 100% dos casos.
Recomendações como o aleitamento exclusivo até o sexto mês e complementar até dois anos, dicas de péga, entre outros, auxiliam um grande número de mulheres. No entanto, é claro que existem exceções.
Eu acredito que é preciso, sim, derrubar mitos sobre amamentação, e também crenças que foram colocadas nas mentes das mulheres desde muito cedo. Podemos incluir aqui mulheres que acreditam não conseguir amamentar por causa do formato do mamilo, ou porque reduziram os seios ou até usam próteses de silicone.
Atualmente, ambos os procedimentos cirúrgicos nas mamas preservam os tecidos naturais. Quanto ao formato do mamilo, é importante que o obstetra examine as mamas ainda na gravidez, a fim de orientar a maneira correta e mais fácil para a amamentação.
Outras situações são um bebê mamar mais, outros menos, alguns por mais tempo que outros. São muitos os relatos de mães que já estão no segundo ou terceiro filho que, enquanto um mamava e dormia a noite toda, outro passava a madrugada na amamentação. Portanto, essas diferenças existem e são absolutamente normais.
Vida na UTI: quando a realidade da amamentação é mais dura
Em muitos casos, a primeira amamentação acontece em um espaço onde nenhuma mãe espera: na UTI neonatal. Isso quando a mamãe consegue amamentar o bebê. Este é um momento delicado, onde é possível contar com a solidariedade do banco de leite para manter a nutrição dessa nova vida.
Gostaria de ressaltar que o leite fornecido pelo banco é 100% seguro. Esse leite materno passa por procedimentos de esterilização, portanto, é livre da presença de possíveis vírus e bactérias. Diferente da amamentação cruzada – quando uma mulher amamenta o filho de outra – contra-indicada formalmente pela Organização Mundial da Saúde – OMS, pois oferece risco ao bebê.
Não importa quando você começa a amamentar, mas sim que o seu filho tenha uma boa nutrição desde as primeiras horas de vida.
Rede de apoio é fundamental
A realidade da amamentação fica mais tranquila com uma forte rede de apoio, tanto profissional quanto familiar. Desde o pré-natal, é importante que o obstetra repasse as informações corretas para a mulher sobre as transformações pelas quais o corpo passa a fim de tornar-se pronto para a amamentação.
A família é importante, também, para prestar o apoio necessário no cotidiano. Quanto mais tranquila e apoiada a mulher se sente, maiores as chances da amamentação ser um momento incrível para mãe e filho. O estresse prejudica muito o aleitamento materno, tal como expliquei neste artigo.
Espero que meu artigo ajude você a entender por que a realidade da amamentação nem sempre é tão simples.