Em especial nos primeiros dias, a amamentação é um momento de aprendizado tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, exige muita força de vontade de quem deseja alimentar o filho com o próprio leite.
Os maiores obstáculos são a dor no momento de amamentar e também a falta de informação. Quanto às dores, elas aparecem com frequência e intensidade que variam para cada mulher. Mas, a falta de informação podemos e devemos combater. Este é o meu papel.
Amamentação e preparo antes do parto
Algumas mamães já iniciam a busca por informações durante a gravidez. Além de dados técnicos, recomenda-se também o preparo psicológico, pois idealizar o momento pode gerar frustrações e a consequente desistência da amamentação.
Conhecer o seu tipo de mamilo e como prepará-lo para o momento de amamentar o bebê é importante. Algumas mulheres tem o bico reto ou invertido e acreditam que esses formatos são um obstáculo para a amamentação. Puro mito!
Para descobrir se o bico é invertido, você pode pressionar suavemente a aréola por 3 centímetros. O mamilo normal salta a ponta para fora, enquanto o invertido fica para dentro. Neste caso, as conchas plásticas podem funcionar para projetar o bico do seio para fora. Quando utilizadas durante a gestação, o mamilo já está preparado para encaixar com mais facilidade na boca do bebê.
Lembre-se de conversar sobre o assunto com o ginecologista responsável pelo pré-natal. É ele que deve prestar as orientações necessárias.
As primeiras pegas
Nos primeiros dias, os seios produzem um líquido meio transparente que sai em gotinhas chamado colostro. Este alimento é precioso para a formação da imunidade do bebê.
Durante os primeiros dias, aproveite o reflexo do recém-nascido em procurar o peito com sua pequena boca para fazê-lo abocanhar bem a aréola e sugar com eficiência, de forma que se alimente bem e também estimule a produção do leite materno.
Como o bebê nasce com uma pequena reserva de energia, é comum que ele demore um pouco para sentir fome. Mesmo assim, colocá-lo no peito logo após o parto é a prática recomendada. O contato com a mãe é um dos fatores que mais estimula o recém-nascido pegar o seio. Por isso, conversar e dar carinho é fundamental nessa fase.
O contato com mamadeiras e chupetas prejudica a “péga” do seio. Portanto, a recomendação é para evitar tais objetos. Aproveite toda a assistência disponível para a amamentação logo na maternidade.
Como posicionar o bebê?
A amamentação exige o conforto do corpo da mãe. Posicione-se entre almofadas ou até em uma poltrona própria a essa finalidade. Comece com posições tradicionais no estilo “barriga com barriga” e varie conforme o passar do tempo.
A dica de ouro é: levar o bebê ao peito em vez do peito ao bebê. Ele deve abocanhar toda a aréola. Sempre que possível, ajude-o aproximando o queixo do pequeno em seu mamilo até que ele abra a boca e preencha com toda a aréola o máximo possível.
Para evitar dores, é recomendável passar o próprio leite em toda a aréola do seio. Se possível, deixe secar naturalmente a fim de evitar infecções ou cândida. Use a pomada de lanolina pura apenas em caso de fissuras, e não para preveni-las. Mesmo assim, passe pouca a fim de que a boquinha do bebê não escorregue durante a amamentação.
Também não é recomendável passar toalhas ou buchas nas mamas. Sempre que puder, pegue sol na região dos seios por pelo menos dez minutos diários.
A Organização Mundial da Saúde – OMS recomenda que o leite do peito seja o alimento exclusivo para o bebê até o sexto mês de vida e sirva de complemento até os dois anos.
Para saber mais sobre introdução alimentar, veja o meu artigo: Como iniciar a alimentação complementar do seu bebê.
Com amor!